light gazing, ışığa bakmak

Wednesday, April 8, 2009

ó alguém que queres escrever, ó alguém

li e gostei, como gosto sempre, desta vez tive que trazer para aqui.
hoje, do Caderno de Saramago:

"Isto a que chamam o meu estilo assenta na grande admiração e respeito que tenho pela língua que foi falada em Portugal nos séculos XVI e XVII. Abrimos os Sermões do Padre António Vieira e verificamos que há em tudo o que escreveu uma língua cheia de sabor e de ritmo, como se isso não fosse exterior à língua, mas lhe fosse intrínseco.

Nós não sabemos ao certo como se falava na época, mas sabemos como se escrevia. A língua então era um fluxo ininterrupto. Admitindo que possamos compará-la a um rio, sentimos que é como uma grande massa de água que desliza com peso, com brilho, com ritmo, mesmo que, por vezes, o seu curso seja interrompido por cataratas.

Chegam dias de férias, uma boa ocasião para entrar nesta água, nesta língua escrita pelo Padre Vieira. Não aconselho nada a ninguém, mas digo que vou mergulhar na melhor prosa e vou desaparecer estes dias. Alguém quer acompanhar-me?"


já ia lançada no  The Invention of Solitude, mas porque não, agora que tenho os livros reunidos, pegar em António Vieira, o mestre. não que eu tenha ilusões de escrita, escrevo receitas. mas acho divertidas as almas iludidas que não lêem mais do que legendas e revistas de fim-de-semana.

17 comments:

Anonymous said...

pode ser que aprenda contigo a gostar do que o homem escreve. já esteve mais longe...
beijo

Anonymous said...

the invention of solitude .Azul .com 12 anos :))

Ana V. said...

:) ainda bem Armando. lê o Elefante, é de todos o mais divertido. e lê-se num ai (ai de Páscoa, por exemplo)
beijo, boa Páscoa!

Ana V. said...

azul?
43! :))

Mad com a boca borrada de chocolate preto said...

ahahaahahahahah espera, aumentar o volume AHAHAAHHA :P Quem tem muito para escrever pouco tem para dizer.

Mudando de assunto, há bocadinho entrei em choque, resultado de andar muito menos vezes na minha própria terra do que devia.. O Barrigas de que falava.. erm.. passei por ele mas agora dizia "El Gordo" [lol - mas sério]. Estaríamos a falar do mesmo, ou O Barrigas mudou de sítio para outras bandas e ninguém me disse nada?

Ana V. said...

uma regra hmmm... pois não sei.
El Gordo é franchising.. certo?
pena...

Mad said...

Não faço ideia.. É questão de lá passar outra vez no próximo passeio e ver melhor. Mas agora fiquei assim um bocado :|. O Barrigas que eu conhecia era cinco estrelas [sobretudo as entradas e os doces].. agora não sei.

Ana V. said...

fazia parte dos "escolhidos" dessa região... ainda hei-de passar uma semana zen à beira Tejo .. :))

Anonymous said...

quem tem muito para escrever diz na escrita , deve ter vivido ,e viveu outra vida que a maior parte das pessoas nem sonham que existe .as pessoas que vivem a vidinha e acham que os escritores andam a sublimar coisas atravez da escrita .não é bem verdade ,há muitos escritores com uma vida muito vivida ,o burroughs até matou a mulher e tudo :))
há pessoas tristes que não vivem .e escritores tristes que pelo menos escrevem sobre a tristeza de não viverem .

Ana V. said...

pois acho que sim!! :) boa páscoa e muitos beijos especiais para ti anónimo

Anonymous said...

e há aqueles que vivem e escrevem e caçam leões em africa ,e espadartes em cuba -))

Ana V. said...

o camões teve uma trabalheira do caraças, e o antónio vieira, bom...

Anonymous said...

a escrita é uma conversa de um tal refinamento .....
:))

Mad no Ribatejo said...

eu não suporto escritores e gozo com eles, mas isso sou eu. :P

popelina said...

excelente, ah, o Saramago! como não gostar???

Anonymous said...

servem o seu propósito ,os escritores ....escrevem para quem os vai ler .fora isso :))
AH AH AH

Anonymous said...

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