Cada fotografia remete para um discurso sobre o acto fotográfico. Aquele que contempla - o espectador, portanto -, tenta sempre penetrar o sentido do olhar daquele que viu - o fotógrafo, portanto. Em termos muito simples esta é a dialéctica essencial da fotografia, enquanto prática e enquanto discurso. Vejamos este Annabele’s. Que viu Ana? Um candeeiro no tecto de uma sala? Os reflexos de luz emanados desse candeeiro? Ou viu muito para além disso? Alguma coisa que foi uma relação de relações dentro do espírito dela? Tento – tenta-se sempre - perceber isso. Mas a tentativa de perceber o olhar do outro é – não é? - , afinal, o discurso sobre a fotografia… Berlino
E se esse olhar não for claro, falhou o discurso, como aqui. Normalmente não especifico, porque não gosto e pela minha frase-favorita "ninguém tem nada com isso". o Annabelle's é um restaurante totalmente inglês, uma pequena ilha, em Albufeira. A última vez que lá fui foi com uma amigo que não está presente, infelizmente. O ambiente é o de Martin Parr (http://www.martinparr.com/index1.html). Dele ofereci um livro a outro amigo que tem estado ausente. Sendo impossível, para mim, mostrar isto, fiquei-me pela forma da luz no espelho e no tecto. Neste caso chamava-lhe entrelinhas.
Ana V.
Cascais. Portugal.
[aviso genuíno: "Talvez alguns leitores achem toda esta conversa algo inverosímil. Para os comprazer, o autor confessa que é da mesma opinião, mas infelizmente as coisas passaram-se como as relatamos."
Gogol em As Almas Mortas.]
["Before my birth there was infinite time, and after my death, inexhaustible time. I never thought of it before: I'd been living luminously between two eternities of darkness."
Pamuk em My Name is Red.]
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Cada fotografia remete para um discurso sobre o acto fotográfico. Aquele que contempla - o espectador, portanto -, tenta sempre penetrar o sentido do olhar daquele que viu - o fotógrafo, portanto. Em termos muito simples esta é a dialéctica essencial da fotografia, enquanto prática e enquanto discurso. Vejamos este Annabele’s. Que viu Ana? Um candeeiro no tecto de uma sala? Os reflexos de luz emanados desse candeeiro? Ou viu muito para além disso? Alguma coisa que foi uma relação de relações dentro do espírito dela? Tento – tenta-se sempre - perceber isso. Mas a tentativa de perceber o olhar do outro é – não é? - , afinal, o discurso sobre a fotografia…
Berlino
E se esse olhar não for claro, falhou o discurso, como aqui. Normalmente não especifico, porque não gosto e pela minha frase-favorita "ninguém tem nada com isso". o Annabelle's é um restaurante totalmente inglês, uma pequena ilha, em Albufeira. A última vez que lá fui foi com uma amigo que não está presente, infelizmente. O ambiente é o de Martin Parr (http://www.martinparr.com/index1.html). Dele ofereci um livro a outro amigo que tem estado ausente. Sendo impossível, para mim, mostrar isto, fiquei-me pela forma da luz no espelho e no tecto. Neste caso chamava-lhe entrelinhas.
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