light gazing, ışığa bakmak

Saturday, February 27, 2010

e se entra uma menina

na área de jogo os rapazes dominam por completo o espaço. podem estar quinze minutos, meia hora, duas horas. entram pouco hesitantes, vêem quem é quem e trocam indicações rápidas de jogo ou do que se esteja a passar e o jogo vai continuando, com rapazes sucessivos que não se tinham visto antes e que provavelmente não se voltam a encontrar. se algum sai é um tenho de ir embora e mais nada, um facto simples. o espaço é sempre ocupado na totalidade, não restam campos sem actividade e o movimento é constante. se há lutas são simuladas. os jogos podem ser uma equipa apanha a outra, escondidas, apanhada, corrida, jogos em que o espaço físico real é parte do jogo, quase nunca há fantasia. se alguma coisa acontece a algum – uma queda, os pais ralharem, magoar-se – o grupo recém-formado é solidário sem drama; podia ter acontecido a qualquer um. e muito raramente há maldade subterrânea, um deles em dois mil.

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