da pastelaria Matias em São João das Lampas. perfeitíssimo pão saloio, nada das imitações de quinta categoria dos hipermercados. fica no largo do coreto, ao lado da igreja e perto da antiga sociedade. para quem procura o verdadeiro, este é o local para parar. a história que ando a ler aos miúdos está aqui nesta meia dúzia de cadeiras da esplanada, embrulhada com o pão que foi moleiro que foi padeiro que foi fabricante e que passou recentemente na escola desembocando em pastelaria. aqui perto há muitos moinhos e há quem goste de olhar para eles em caminhadas. sem ser planície, as elevações são suaves e propícias a caminhantes e bicicletas.
light gazing, ışığa bakmak
Sunday, February 28, 2010
pão saloio
agora que já fiz a paz com os foguetes de verão, embora ainda mantenha a distância do medo, já posso ligar coreto a arroz doce, pão saloio caseiro em que caseiro significa que o pão era feito em casa, matança e, estranhamente, uma macaca que era o terror da família e que, como tantas outras excentricidades nacionais, veio de África.
podia ter passado mais tempo a olhar para os detalhes que antes não via, mas fica para breve. haviam vegetais e muros de pedras, as casas originais e a sua mutação em seres orgânicos diferentes, uma banheira cheia de água onde se lavam nabos e que foi aquele momento, como no verão passado o pequeno vulcão da toupeira bem no meio da relva. e quero desculpar-me pelas palavras cifradas, que me dizem respeito a mim só. linguagem nem sempre é comunicação, pode ser de mim para mim, como agora mesmo. foi um funeral feliz. estive sempre enganada, que funerais eram coisas tristes e não são. se chega o fim natural da história, celebra-se a sua continuação no sangue que vai correndo por rios riachos e afluentes, com derrames ou cheias, barragens, secas, dilúvios. um funeral feliz.
Publicado por Ana V. às 1:32 PM
TAGS my bread collection
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