light gazing, ışığa bakmak

Friday, February 26, 2010

quinze dias de intervalo

vou saber quando disse isto e por que razão, uma razão anterior, do futuro imaginado das gatas borralheiras que apanham lentilhas, alheadas do soalho à custa de imaginar sapatos de vidro. deixa-me viver este sonho, mãe. dizia ela, a mãe, trinta anos depois. o timbre é uma característica excepcional, nunca chega a mudar nem depois da morte.


no café dos cachorros da loja sueca, o desconfortável e frio do andar inferior, junta-se um pequeno grupo curioso. crianças na maior parte, despachadas com torres de pão branco de má qualidade e a salsicha correspondente. um homem novo de botas brancas que parecem de neve mas não são. das torneiras metálicas dispostas em fila corre o líquido amarelado e o vermelho. ali nos sentamos a imaginar sapatos de vidro. tinha as calças pretas entaladas dentro das botas, um blusão de cabedal a imitar camisa e um corte justo de cabelo. chama-se Bistro ("Se tiver fome depois das compras mas não quer perder muito tempo na loja porque está ansioso para montar os móveis novos").

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