o sol saiu finalmente no mês cruel. subi parte da serra para ouvir as canciones rancheras do Moinho, de onde se vê o mar cristalizado e muitas vezes até ao outro lado. as mesas em meio andamento, uns quantos autóctones à chapa do sol, os forasteiros acolhidos à sombra. e em suspensão, acima da verdura, recantos e cactos, ergue-se uma nuvem de vespas em movimento esférico, um globo de riscos eléctrico e repentino.
a clientela refugia-se no interior, à pressa (correriam estores). atrás de mim a nuvem de insectos prolonga-se numa conversa. os feitos e como atacam os pratos em cima das mesas, como era estranho o fenómeno, uma risada sobre o avançar do inimigo e a natureza da incredulidade, o vôo do moscardo (lembras-te, daquela?) e a história de insectos que surgem do nada a trinta milhas da costa.
esgotado o assunto e desfeita a congregação advém o silêncio. prolongado. até saírem sem mais uma palavra.
No comments:
Post a Comment