Corunha
Um farol enternecido como uma madona gigante
Do exterior é uma linda cidadezinha espanhola
Em terra é um monte de lixo
Crescem por ali dois três arranha-céus
Blaise Cendrars no livro Folhas de Viagem da Assírio e Alvim que comprei a meio preço não sem antes ter espreitado da varanda do seu primeiro andar para a Rua do Carmo, há quanto tempo desde os UHF, mas onde ainda espirra fado a espécie de furgoneta verde lá estacionada há anos. das traseiras entre-prédios para lá chegar fica só uma atracção de voltar voltar, passar a correr pelas portas Nespresso não vá cair o piano antes de chegar aos livros da Assírio. no ar, de um lado o Elevador, do outro o topo dos grandes armazéns do Grandella, saudades da casa de chá onde me sentava para o lanche com a avó materna, descendo os degraus de madeira do espaço comercial. balcões grandes e corridos onde se cortava tecido, mas se calhar engano-me. no Natal as montras mexiam, era uma festa. sobre a Corunha nem por isso, achei bonitas as janelinhas e as gaivotas no céu cinzento.
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