vi a Paula Rego [com estes olhos que-]. sentada na esplanada do seu Museu, é uma mulher bonita. num intervalo em que estava só, vi-a olhar para cima onde um rasto branco cruzava o céu. lá dentro, um gato das botas negras tinha assustado o miúdo pendurado em mim, enquanto lhe sussurrava ao ouvido as histórias que esta pintora tinha inventado, estás a ver, como o Sinbad de ontem (que bonitos os livros de Ludmila Zeman) e as histórias da princesa de Bagdad. era evidente, agora depois de ter sido feito, pegar nessa histórias fantasiosas e torcer-lhes um pouco o pulso, para ver onde podem ir até doer. (com perigo de se tornar isto num photoblog, pensei ao mesmo tempo que escrevia outra coisa). agora com uma retrospectiva de Victor Willing. as últimas, que me impressionaram, retratos de um pintor com esclerose múltipla, pintando até ao limite da sua força. não sabia que estes dias se tinham passado na morada de Paula Rego. na loja, os livros especiais da livraria Galileu, um marco. fiquei com vontade de Cesariny e de trazer a Enseada Amena, um dos meus títulos preferidos de sempre. nesta altura, é o que vejo. (sábados e domingos há cinema, entrada livre diariamente)
light gazing, ışığa bakmak
Friday, September 10, 2010
histórias
na segunda semana de aulas, esta já completa e depois dos estojos e cadernos. aprendemos caligrafia à antiga. uuuu. ui ui ui. unha. trabalhos de casa e queremos ir a Shanghai. picos de trabalho, minutos contados ainda fora do tempo. "There is a crack / a crack in everything / That's how the Light gets in", como diz Cohen. na minha fenda no tempo vem entrando Campo Santo. imagino-me em frente ao lago Alster, que tom de azul terá ou púrpura, lilás. fomos ver o pôr do sol dourado de Setembro, o sol a mergulhar no horizonte de água, a serra laranja para trás. depois do assalto abriram uma clareira no pinhal e ergueram dois muros de arame, quase farpado em cima, um sistema complicado de focos de luz e câmaras a olhar todos os centímetros do chão que é deles, fechados dentro de uma estranha fortificação defensiva. não devia ser preciso viver dessa maneira, com medo. amanhã andamos de eléctrico.
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