light gazing, ışığa bakmak

Monday, September 3, 2012

baklava

"A baklava não é da Palestina, é do Iraque, replicou ele, desculpa, mas é do Iraque, isto sem ofensa. Do Iraque uma ova, respondeu o rapaz, essa é boa.", Tabucchi em O Tempo Envelhece Depressa. a minha foi do Quartier Latin por onde tinha passado mas sem tempo para a provar e onde voltei por ela. lá havia uns quadrados de pistácio que gostava de saber fazer, como os pequenos bolos de pinhão que me parecem tão parecidos com as pinhoadas do Alentejo. todos os doces do mediterrâneo sul. camadas da fina filo, frutos secos e mel, criada nas cozinhas imperiais do palácio Topkapi, em Istambul, a morada do sultão reinante. a maior cozinha do império otomano, em que 800 pessoas cozinhavam 4000 refeições, por vezes 6000, por vezes na preciosa loiça azul e branca chinesa, transportada pelo caminho da rota da seda.

parece-me que Candide é mais empolgante do que a maior parte dos livros que já li. o que coloca este problema: que pessoa se é quando se tira prazer daquele tipo de narrativa.

hoje lia o Candide como há anos atrás li a travessia de Aníbal, circunstâncias que tornam os livros inesquecíveis. tenho tomada a dose vitalícia de loucura a atravessar-me a porta. agora será só sensibilidade e bom senso.

havendo orçamento, retomo os almoços temáticos. o primeiro será em vénia ao laranja quente do Mohamed, por quem soube que a travessia Málaga - Melila custa trinta euros para pessoa só, 120 para um carro. prefiro Tarifa - Tânger onde, estou certa, encontraria muito mais do que uma baklava.

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