light gazing, ışığa bakmak

Friday, March 8, 2013

saloua raouda choucair


que estará na Tate a partir de Abril.

"366 women raped or abused while in custody in the last 16 years in Turkey." podemos dizer -ah mas isso são os turcos que são uns selvagens, ou -ah mas isso são os muçulmanos que são uns selvagens, etc. mas, não obstante a verdade óbvia desse pensamento, há a possibilidade de  "nós" sermos tão selvagens.  (era tudo AMOR, aquilo)

 foi preciso chegar a "journey to another world", passadas quase setencentas páginas, para que se ouvisse a voz de Füsun finalmente, cuidadosamente oculta ao longo de toda a história de um modo magistral. fico na dúvida- foi assim tão fácil escondê-la, foi um acto natural, como foi? que a história não era de amor mas de uma obsessão doentia era fácil ver, mas o cuidado com que Pamuk cala Füsun é um acto magistral que, de certo modo, transforma não só esta história de amor mas todas as histórias de amor jamais escritas. escrevo magistral duas vezes e de propósito. todo o plot-complô transparecia no tom de voz de Pamuk ao dizer mas isto é o ponto de vista do homem. um complô que nos (a nós leitores) inclui na terrível maquinação.

Füsun tem de escrever e escrever e escrever.

para ler, Saramago, com saudade.

(um excelente artigo sobre Museum of Innocence, excelente pelo 'double fake' da mala Jenny Colon e pela história de amor não por Füsun, que nunca mostra a cara, mas pela cidade de Istambul que a mostra muitas vezes)




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