tão parva sou que pensei que a paez fosse portuguesa! (desculpo-me porque a moda me passa mais ao lado do que a física nuclear). não é: é argentina e agora mundial como qualquer outra. dizem que são do fair trade e que alimentam 30 famílias (no site argentino dizem que são 25 famílias, mas que agora também abriram uma fábrica na ásia. hmm hmm.). a história da paez portugal.
o que me interessa aqui é o uso da palavra família, uma palavra associada a um grupo positivo e benéfico, o pilar da sociedade, enfim, um sem-fim de associações que a publicidade gosta de escavar e roubar de dentro da cabeça dos consumidores. a mesma palavra família e a sua longa história de associações positivas e ternas é também muito cara ao marketing e ao discurso político.
a realidade é totalmente outra coisa, pelo menos no mundo ocidental globalizado que conheço e onde vivo: a família é uma entidade difusa e em pulverização ou transformação, numa sociedade cujas estruturas foram destruídas e onde uma enorme parte das pessoas vivem de facto sozinhas, onde metade dos casamentos terminam, os velhos morrem solitários em casas vazias ou são abandonados em lares de gente sem escrúpulos, as crianças vagueiam a fazer tempo até os pais voltarem do trabalho, etc etc. por outro lado, nas famílias do passado, juntas por obrigação e necessidade, andavam à solta os ódios, rancores, guerras e feudos, e demais sentimentos. honesto era o sultão otomano: em chegando ao poder, o seu primeiro acto de governação era o assassínio de todos os irmãos para assim evitar guerras dinásticas. duvido que esta família esteja na base das publicidades familiares.
light gazing, ışığa bakmak
Monday, April 15, 2013
paez
Publicado por
Ana V.
às
12:40 PM
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