light gazing, ışığa bakmak

Saturday, April 27, 2013

ventania

é quase ver um filme tão carregado de palavras sem as entender. algumas imagens, mas muito poucas, reconheço da escrita, afinal já as vi antes. por enquanto, amontoam-se as ideias que quero sublinhar, que sublinharia e em que escreveria a lápis resumos ou relacionamentos nas margens exteriores do texto, muitas vezes a subir junto à borda da página. agora fica aqui tudo e vai desaparecendo para baixo como os ratos nas suas rodas, aprisionados. o paralelo entre Rembrandt olhando de pé e de longe a sua obra, uma imagem de 'ver' que nos é familiar, o miniaturista curvado sobre a folha em branco que tem em cima do colo. o que podíamos ter sido, diz Pamuk, e ironiza, o que podíamos ter sido sem dores nos joelhos e nas articulações como as personagens de Beckett. -a noção de justiça e responsabilidade pessoal em contraste com a noção de responsabilidade comunitária, algo que nunca me tinha passado pela cabeça (imagino o extremo oriente, seriam anos de viagem). o cheiro falso dos cinnamon rolls.

deu para tudo: para crianças, para calma e leitura, para pão, para maionese, filetes, ovos, preciosidades, dará para scones (sem mirtilos), dará para tudo, até para recuperar trabalhos que julgava perdidos. gostei gostei gostei de: kaputt.

na cabeça tenho uma carta que se vai escrevendo, vai lá chegar. (para mim os livros são livros. alguns bons, a maior parte maus ou até muito maus. era mais nova e fiz as contas: quantos livros posso ler, quantos, e não são muitos. então é preciso escolher bem e nos dias seguintes fui para as prateleiras e livrei-me de tudo o que não era de ler neste tempo finito e assim tem sido sempre. o mesmo podia ser feito com todos os objectos que estão dentro de uma casa, quantos quero ter, quero sem dúvidas, preciso, gosto e tudo fica mais limpo e mais fácil).

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