(...) "e que retenho na memória com raízes cada vez mais fundas na saudade, e mais vivas à medida que me entranho na morte. O mundo que não existe é o meu verdadeiro mundo."
(...)
"Os meus mortos estão cada vez mais vivos.
É saudade, mas não é só saudade. Isso vem de muito fundo. Os meus actos são guiados por mãos desaparecidas e a minha convivência é com fantasmas."
Raul Brandão em Pescadores. (1923)
e ver aqui.
em leitura aberta, algumas obras suas:
Húmus. (1917)
Memórias. (1919)
não me recordo de Húmus, mas sei que já o li. --um favorito, As Ilhas Desconhecidas, que li quando viajei para Angra do Heroísmo em navio de carga, uma viagem de três dias e meio a cruzar o wondrous Atlântico. a chegada às ilhas do mar é sempre inesquecível. não sei porque não temos vários deuses marítimos e não os veneramos em altares de alabastro e pérolas. em vez disso, tratamos o nosso oceano como buraco de descarga de todos os lixos, a nossa fonte, a nossa origem. a meio da viagem vimos uma jamanta enorme que voava à superfície da água, o dobro do tamanho da indefesa baleeira na qual balouçavam os homens.
foto daqui.
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