light gazing, ışığa bakmak

Friday, August 9, 2013

bookstores

nos estados unidos as livrarias eram uma coisa boa, um local onde era bom ir, onde era aconselhável levar as crianças, todos devem ler, a leitura deve ser incentivada e, como nós, incentiva-se. neste país que, diz Pamuk, não se lê, entro nas livrarias para um sentimento diferente. não há incentivo nenhum, de que eu me aperceba e isso pode ser um entrave grande, mas sinto-as como uma local de transgressão, de coisas escondidas, misteriosas, de troca de ideias proibidas. será o meu espírito romântico mas não o creio. coleccionáveis, também, pilhas de objectos muitas, com uma ordem essa misteriosa, recantos onde se podem encontrar labirinticamente coisas que não se esperava encontrar, papéis velhos, registos, volumes antigos sem capa. os livros são vendidos no chão da rua também, como os sapatos e as bugigangas, também os há nos supermercados e nas tabacarias, também no bazar dos livros e velharias na cidade velha, nesta loja encerrada numa das Pasajı da Istiklal, as galerias milanesas transformadas em cavernas de aladinos. antes dos incentivos, lembro-me bem de quando as livrarias também eram assim (embora, verdade, subsistem resistentes).

ponho-me a pensar para onde vai todo o lixo desta imensa cidade tão cheia de coisas, de objectos, em que toda a gente parece estar rodeada de coisas, a vender coisas. o lixo deve ser um problema das cidades niveladas onde o lixo de uns não serve aos outros. nas cidades desiguais, o lixo vai caindo numa trickle down economics perversa.


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