é o conto de Hélia Correia na Granta Portugal em que, desta vez, se submetem os textos ao subtítulo ou temática 'Poder'. não sei se a literatura submetida ao poder é grande ideia, ou a literatura submetida a qualquer outro programa. (as curadorias e encomendas de arte alteram a arte e de que forma? ou, Banksy seria Banksy por encomenda?) no oposto: Rushdie a dizer que a literatura deve substituir o comunismo como contra-poder do capitalismo e penso que é mais neste campo que muitos autores e editores se colocam, usando a literatura como campo de batalha política o que, digo, não gosto. (se reading with a purpose é entediante, writing with a purpose é demasiado desviante. mais vale escrever receitas).
quando leio o (diria "beautifully crafted") conto 'Servindo o Chá', suspiro de alívio por ter escapado por pouco àquela geração. foi por um triz que tive direito à liberdade. muitas mulheres optam pela cedência por quotas dessa liberdade, pelo aluguer, pela venda ou hipoteca, mas essa é a sua opção. podem guardá-la e não capitalizar nem ganhar juros, mas vivê-la. o conto é, pelo seu contexto, profundamente deprimente. talvez seja mais fácil escrever sobre uma personagem deprimente do que sobre alguém feliz (não é, Lobo Antunes?) mas mesmo assim: eu era capaz de gostar mais.
light gazing, ışığa bakmak
Wednesday, October 16, 2013
'Servindo o chá', Hélia Correia
Publicado por
Ana V.
às
8:44 AM
TAGS Granta Portugal
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