light gazing, ışığa bakmak

Friday, February 28, 2014

dias cinzentos e a colecção de cafés




(no observatório astronómico de lisboa, ou bem, nas suas costas, a segunda imagem, e um novo pacote de açúcar, com frida kahlo, cuja imagem iconográfica chega a ultrapassar a sua obra. gosto de a colocar em oposição ao capítulo dedicado ao contraste beleza-moralidade, livro um parte três de Guerra e Paz: Maria, de cara simples e passos pesados, que nenhum penteado fará bonita, que nenhum vestido melhora, é bela interiormente (nos órgãos também, suponho, com a sua vida saudável), religiosa e moral; Anatol, dandy citadino, perfumado e belo mas sem conteúdo pois posa para a primeira impressão e para a segunda mas não diz uma palavra (não terá nada a dizer, pois) e cuja moralidade não existe também pois vive para o prazer e, neste caso, para tentar apanhar pelo meio do casamento a fortuna da moral Maria. de uma época em que conteúdo era beleza, como me divirto com Tolstoi. se o esforço de análise se ficasse por esta oposição, mas não: é-nos claro onde está o coração do autor, é-nos claro o que justifica cada personagem, como pensam, porque pensam deste modo e como é previsível a sua actuação. um tratado profundo sobre identidade, comportamento, regras, expectativas e sociedade.


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