deriva literária

na minha vida. Playback de Chandler afinal não me apetece porque não quero correr a distância entre uma obra icónica incial e outra de fim de vida, com a carga de carregou, um pouco tóxica. Kadare resolveu ficar na Madeira, não o censuro, as senhoras do hotel resolveram detê-lo para leitura, também não as censuro, de modo que tenho de aguardar pela chegada do recém-nascido, até porque me agradava a cidade de pedra da história, que me faz lembrar um pouco Calvino e tudo o que me faz lembrar um pouco Calvino não é muito mau. entretanto isto (renovando a minha fé naqueles que escolhem o nobel). começa com:

"Then I went back into the house and wrote. It is midnight. The rain is beating on the windows. It was not midnight. It was not raining." Beckett, Molloy.

e

"Let us call our man, the hero of this story, Kingbitter. We imagine a man, and a name to go with him. Or conversely, let us imagine the name, and the man to go with it. Though this may all be avoided anyway since our man, the hero of this story, really is called Kingbitter."

assim é o início de Liquidation de Imre Kertész. não é preciso um génio para saber que vai ser bom.