não sei se alguém se dedica a isto, espero que sim: o património em ferro forjado na capital (e penso que em todas as cidades do país) é de uma riqueza inesperada. na escola de património de sintra estudava-se restauro de metais, curso que incluía estes trabalhos para janelas e portas. não sei se continua a existir, mas eu diria que muito trabalho há nesta área e milhentas possibilidades. se a monsanto estivesse neste mercado, desataria a disparar patentes em todas as direcções.
muitas horas caminhei para aqui com livros na mão. vinha do rossio, subia ao chiado e depois ao príncipe real, algumas vezes atravessando o bairro, outras subindo a trindade. passava o príncipe perfeito e estava cá. por vezes, poucas, parava na Brasileira para uma bica. ultimamente regressei pela livraria mais perfeita da capital, dita incompleta mas agora extinta, tendo o seu precioso conteúdo embarcado para terras de vera cruz. mais acima o Corallo, chocolate de São Tomé com design de bijuterias ao seu lado. ainda aberta está a livraria Britânica, outro dos meus locais de horas perdidas. mudou de edifício e tornou-se um pouco insípida, decerto pelo desaparecimento de quem a cuidava. outra livraria que não encontrei: a livraria galeria S. Bento, lá mais para o lado do rio.
quase na entrada no jardim Botânico.
a Cecílio de Sousa com o cristo-rei ao fundo, de braços abertos.
perto do quiosque extraordinaire de Catarina Portas onde podemos beber as 'concoctions' da lisboa queirosiana, o capilé e o mazagran, está uma das velhas rainhas do jardim do Príncipe Real (não são reais todos os príncipes?). uma magnífica árvore da borracha cujas raízes invadem canteiros e ameaçam a esplanada. um dos troncos caiu e olho para cima quando passo a medo. a madeira é incrivelmente fibrosa e nas bordas da pele escorre ainda o sangue branco da seiva.
no miradouro de São Pedro de Alcântara a olhar para o castelo e para a cidade espraiada desde as avenidas novas, pela baixa pombalina, até à janela para o rio, o Terreiro do Paço. hoje não desço. numa esquina doces tradicionais. mais à frente, a padaria-café mais desaproveitada de Lisboa, um espaço apalaçado para um serviço pobre. na rua D. Pedro V, a virar para a rua da Rosa, a minha entrada habitual no Bairro. a loja de arte do início da rua mudou-se para as avenidas novas. agora resta a casa ferreira lá mais para a frente. aqui ainda, perto desta esquina, o primeiro restaurante japonês onde fui, quando abriu, numa época incrivelmente triste da minha vida, uma espécie de fim do mundo.
light gazing, ışığa bakmak
Sunday, September 9, 2012
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