de que fala Jaime Bulhosa:
"Há quem diga que sempre que uma livraria fecha é como queimar, livro após livro, lentamente numa pequena fogueira. Seguindo a metáfora, estes últimos anos têm sido de autênticos incêndios. Desde o ano de 2007 fecharam em Portugal quase cem livrarias e algumas delas históricas. É um facto incontornável, se nada se fizer, que as livrarias independentes têm os dias contados, sobreviverão umas poucas especializadas e em locais privilegiados. E porquê? Não me venham com a história de que todas eram mal geridas ou que não se adaptaram aos novos tempos, às novas formas de marketing, etc, etc. É uma realidade que os novos suportes digitais do livro e a venda por internet têm afastado muitos clientes das livrarias. Mas, no entanto, para dizer a verdade, a razão principal para que as livrarias fechem em catadupa passa sobretudo por um mercado que se tornou selvagem, sem regras ou regido pela lei do mais forte, a caminho de um monopólio. A concorrência entre os vário agentes do livro tornou-se completamente desleal, injusta e contraproducente para a liberdade de escolha, para a diversidade cultural e para o futuro do próprio mercado. Um país sem livrarias heterogéneas, diferentes na oferta, diferentes no serviço, diferentes em gosto, é um país mais pobre, menos plural e menos democrático. O mercado do livro é como uma cadeia alimentar, quando desaparecer a presa mais fraca, mais tarde ou mais cedo desaparecerão os predadores de topo."
(viafb)
light gazing, ışığa bakmak
Thursday, December 12, 2013
habitat pouco natural
Publicado por
Ana V.
às
10:37 AM
TAGS bookstores
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